Oásis
contemplativo: Jardim do Noguchi Museum, Nova York
Um
dos criadores mais versáteis do século 20, Isamu Noguchi
(1904-1988) ficou conhecido pela vida dedicada à experimentação em
diferentes plataformas artísticas. O nipo-americano fez esculturas,
jardins, móveis e luminárias. Também projetou um museu ao lado do
seu ateliê, em Long Island City, Nova York, nos Estados Unidos, para
abrigar seus trabalhos mais importantes. Liberado ao público em
1988, o local foi concebido como um jardim de esculturas ao ar livre,
em torno do prédio que abriga cerca de 200 obras. Os contemplativos
jardins de Kyoto serviram de referência para o artista propor um
espaço de reflexão, onde o verde é acessório e as rochas, com
formas abstratas e orgânicas, são protagonistas. O acervo a céu
aberto reúne peças produzidas em épocas distintas e com
matérias-primas variadas, sempre dispostas em lugares planejados com
rigor, visando o equilíbrio do conjunto.
Natureza
Pictórica: Jardins de Claude Monet, Giverny
Por
mais de quatro décadas, o pintor Claude Monet (1840-1926) viveu na
bucólica Giverny, sua última morada antes de morrer. Ali, a cerca
de 75 km de Paris, o mestre do impressionismo encontrou mais do que
um retiro, um universo de inspiração. Imortalizadas em suas obras,
ninfeias, papoulas, lilases, roseiras e salgueiros-chorões podem ser
apreciadas dentro da sua propriedade, hoje administrada pela
Fondation Claude Monet e aberta ao público dos meses de abril a
novembro, desde 1980. Apaixonado por jardinagem, o artista aplicou
seu conhecimento pictórico à criação deste local, que lhe
devolveu a atenção com uma paleta de cores exuberantes. Destacam-se
o Jardin d’Eau, repleto de espécies aquáticas e aéreas, e a
famosa ponte japonesa. Foi nesse lugar que o francês passou boa
parte de sua vida estudando e traduzindo, em pinceladas, o reflexo da
luz sobre a paisagem que ele via em diferentes momentos do dia.
Paraíso Tropical: Fairchild Tropical Botanic Garden, Coral Gables
Um passeio pelo Fairchild, em Coral Gables, na Flórida, Estados
Unidos, é, antes de tudo, uma rica experiência sensorial. Com mais
de 340 mil m², o local reúne cerca de 165 mil espécies vegetais
desse estado americano, da América Central e do Caribe. Lá, é
possível ver e tocar palmeiras de diferentes formas, texturas e
tamanhos, bem como conhecer a maior coleção de cicadáceas do
mundo. O paisagismo clássico de William Lyman Phillips (1885-1966)
surpreende os visitantes com fragrâncias doces e quentes.
Minuciosamente planejado, o jardim, aberto em 1938, conta com lagos
cintilantes, pequenas cascatas em um trecho de floresta, orquídeas
exuberantes e outras joias naturais. Um dos espaços mais sedutores é
o conservatório, onde se tem acesso a um mundo de borboletas
coloridas. Além da flora e da fauna, a arte também floresce em
Fairchild, onde exposições de artistas contemporâneos ocupam de
tempos em tempos as áreas verdes. Em dezembro passado, foi a vez de
o brasileiro Hugo França mostrar suas peças ali.
Tesouro Brasileiro: Sítio Roberto Burle Marx, Rio de Janeiro
O trabalho de Burle Marx (1909-1994) pode ser apreciado em diversos
lugares do Brasil e em outros países. Um dos mais interessantes é o
sítio na Barra de Guaratiba, zona oeste do Rio, onde o paisagista
brasileiro morou de 1973 a 1994. Aberto à visitação mediante
agendamento rigoroso, o local reúne uma das mais relevantes coleções
de plantas tropicais e subtropicais do mundo, incluindo atrativos
como o rabo-de-arara e as bromélias gigantes. São cerca de 3.500
exemplares cultivados em uma área de 365 mil m², onde espécies
originárias de vários continentes convivem coma vegetação nativa,
formada por espécies pertencentes ao manguezal, à restinga e à
Mata Atlântica. Unidade especial do Instituto do Patrimônio
Histórico e Artístico Nacional – Iphan –, o sítio e todo seu
acervo foi doado por Burle Marx em 1985.
Seis Trunfos: Kenroku-En, Kanazawa
Em um país pródigo em criar jardins majestosos, Kenroku-en é um de
seus grandes destaques, com pinheiros centenários, cerejeiras
espetaculares, casas de chá graciosas e cenários idílicos. Situado
em Kanazawa, na costa oeste do Japão, o local tem 114 mil m² de
área e foi criado pelo clã maeda, entre 1620 e 1840, como um jardim
privado junto ao seu castelo. Em 1871, o público ganhou o direito de
entrar e, desde então, pode desfrutar do espaço durante as quatro
estações do ano. Ele fica especialmente belo no início da
primavera, quando as cerejeiras florescem e tingem o Kenroku-en de
branco. Seu nome significa, em tradução livre, “o jardim das seis
qualidades”, por reunir todos os atributos necessários a um
projeto perfeito, segundo a visão japonesa: amplitude, reclusão,
construções, antiguidade, água corrente e vistas panorâmicas.
Fonte: Casa Vogue
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