Imóveis
com uma área menor que 35m² merecem uma atenção especial para que a perda de
espaço não traga perda de qualidade de vida
Espelhos bem
posicionados, poucos e claros móveis. Esses são artifícios adotados em
apartamentos pequenos por uma simples razão: realmente funcionam. Não seria
diferente com os apartamentos compactos, imóveis com menos de 35 m² que se
proliferam em várias metrópoles.
São quitinetes, studios e
imóveis de luxo com uma metragem bem mais modesta que seu preço. Um exemplo
badalado é o VN Quatá, empreendimento imobiliário da Vitacon em parceria com o
designer canadense Graham Hill que tenta vender a ideia de que é possível morar
bem em espaços exíguos.
Imóveis desse tipo já
eram relativamente comuns em Tóquio, talvez mais por precisão que por boniteza.
O “conceito”, para usar o vocabulário das construtoras, é morar perto dos
grandes centros ocupando um pequeno imóvel e terceirizando a experiência de
ficar em casa a ambientes comuns, como se faz em um hotel ou clube. As menores
unidades do VN Quatá, cujas obras devem ser entregues no primeiro trimestre de
2016, têm 19 m².
Um apartamento desse
tamanho deve ser decorado de maneira a aproveitar todo o espaço disponível, sem
massacrar o morador com móveis e bugigangas. O ideal é trabalhar com móveis sob
medida e retráteis. Assim, fica tudo mais encaixado e bem resolvido. Peças
multiuso também são úteis. O móvel da TV vira a mesa que divide a cozinha e a
sala, por exemplo.
Além de adaptar o
espaço físico, é preciso se adaptar psicologicamente para morar em um lugar
como esse. O morador tem que ter disciplina para morar e guardar as coisas.
Mudar o jeito de viver e ter as coisas. Tudo o que você tiver em um apartamento
maior – banheiro, cozinha, TV, - pode ter aqui também, mas será reduzido.
O encaixe de estruturas
nas paredes deve ser feito com moderação, sugere o arquiteto, para que não se
perca área tentando economizar espaço. Armário, cozinha, tudo deve ser
encaixado do mesmo lado e de maneira alinhada, para que a perda seja uniforme”,
recomenda. E completa: Embute o que for necessário. A cama pode ficar aberta o
tempo todo, pode ser um sofá-cama, não precisa entrar toda na parede.
A solução encontrada para
um apartamento com 25 m², que serve como refugio de final de semana para uma
família de seis pessoas, foi dividir o espaço de dormir. As crianças ficam no
mezanino acima da cozinha e os adultos, no sofá-cama da sala de estar. Isso só
possível graças ao pé-direito de mais de 3 metros e ao uso esporádico do
endereço, que permite que o grande armário divida funções: despensa,
guarda-roupas e home theater.
Contudo, foram usados
móveis grandes, como a mesa de jantar da cozinha, que acomoda a família toda,
um grande banco, um sofá confortável, um espelho cobrindo a parede da copa e um
banheiro pequenino e bem iluminado.
Para os moradores de
projetos desse tipo que gostam de estocar pertences, o jeito é, além de ter
doses adicionais de desapego, guardar os objetos num depósito, oferecido por
alguns empreendimentos. É lá que ficam os itens grandes, necessários e difíceis
de esconder, como malas, caixas e bicicleta.
Fonte: Terra
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